Em fevereiro de 2005 iniciamos nova etapa de exploração do universo fantástico, dessa vez nos embrenhando pelos contos de fadas para buscar boas histórias para contar pras crianças.
O quarteto fantástico dessa empreitada era formado por mim (Helô), Dani, Michel e Robson. Para a montagem do espetáculo Era uma vez, não era uma vez..., tivemos financiamento do FUMPROARTE da Prefeitura de Porto Alegre.
Durante oito meses, lemos e contamos muitas histórias, improvisamos muito, (re) aprendemos a brincar pra poder estar à altura do interesse das crianças. Mergulhamos nas históras das nossas infâncias, e nas que hoje contamos para os nossos filhos. Enfim, no que tínhamos de mais precioso para compartilhar. O Élcio foi o nosso inventor de brinquedos, sempre trazendo surpresas pra gente se divertir: uma cabana mágica, monstros de entrar dentro, carros-carruagens e toda a sorte de objetos os mais esquisitos possíveis (bem como a gente queria!). Mateus e Maurício vieram em seguida atendendo nossos pedidos nada convencionais: "a gente precisa de um vento que carregue tudo pela sala e que transforme o espaço; de barulhos de monstros; de uma caixinha de música para uma história de princesas..." Trouxeram toques de crianças mais modernas do que éramos, com sons de vídeo-game (que eu sou do tempo do Atari...) pro duelo dos príncipes e algo tipo "Missão impossível" pra busca do Príncipe Confuso pela Princesa-árvore.
A dramaturgia do espetáculo foi-se desenhando a partir dessas muitas vozes, dos muitos corpos-trajetórias colocados em jogo ao longo do processo. Surgiram montros, seres fantásticos, bruxas, príncipes e princesas, e a história da Princesa que esperava se impôs como fio narrativo principal. Contada e recontada, a história apresenta muitas possibilidades de desfecho, e um espaço contínuo para o jogo entre os bailarinos e com as crianças.
Em outubro de 2005 fizemos nossa pré-estréia, dentro do Projeto Dança de Domingo da SMC (PMPA). Em seguida a Sala Álvaro Moreyra nos acolheu por um mês e, numa das apresentações, tivemos o prazer de receber como convidadas crianças do projeto educacional da Casa Madre Giovana. Depois, passamos dois finais de semana na Sala 309 da Usina do Gasômetro. Agora, no próximo sábado, 4 de agosto, é a nossa vez de visitar a Casa Madre Giovana, no Campo da Tuca, apresentando o trabalho para outras crianças de lá.
Depois de quase dois anos desde sua estréia, Era uma vez, não era uma vez... segue sendo um espaço para que histórias sejam contadas-dançadas, reinventadas a cada performance, sempre colocando em primeiro plano o jogo entre os bailarinos-contadores e a audiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário