quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pensar e Fazer. Enquanto, durante e após.

Dia 8/6/2010


12:00

Abraço na Travessa dos Cataventos

Pensar e Fazer: o acontecimento de um conflito.



De volta a um abraço que aconteceu "por inteiro". Foi assim que me senti nesse dia, na travessa dos Cataventos.

Enquanto nos abraçávamos eu pensava de que forma eu poderia soltar a minha bunda que estava bastante "afivelada". Sim, "soltar a bunda" é uma tarefa recorrente para mim durante as ações. É como se toda a tensão se acumulasse na região dos glúteos e se estendesse até a lombar, então para conseguir entregar meu peso,me conectar com a Helô tenho que antes soltar a bunda. hehehehhe. Engraçado, em tempos que as pessoas fazem musculação para endurecer a bunda, estou aqui pensando justamente o contrário: soltar essa musculatura e junto com isso estar com o corpo mais "inteiro" no abraço. Tá, mas é por isso que eu não faço musculação nem outros "treinamentos" afins, discordo das premissas, do entendimento de corpo que está posto nessas situações mais atléticas.

Mas, voltando a pensar sobre fazer enquanto se faz....

Pensava nas formas de desafivelar a minha tão estimada bunda, me lembrei de algumas indicações da Tati, sobre os joelhos e a possibilidade de estar caindo pra trás todo o tempo , imagem que me captura, pensar em estar sempre caíndo para trás, para cima, para frente para todos os lados é meu sonho dourado. A Tati também falava da dobra da perna da Bartenieff, que para mim é um exercício dificílimo, que consigo entender por enquanto, só no campo do entendimento, do que me parece ideal, meu corpo segue tentando incoroporar esse entendimento, não quero dizer que há aqui uma separação entre corpo e mente, mas sigo elaborado a informação desse exercício. E desejo seguir elaborando e descobrindo coisas novas a medida que vou fazendo. Ainda que eu não tenha chegado "num lugar" de achei a forma !!!!!

Só que quando me dei conta, enquanto pensava tudo isso, estava muito mais "afivelada" do que antes, além da bunda, agora tinha o corpo inteiro e as idéias trancadas. Então fica muito claro, como colocassem na minha frente, a situação que eu vivia dentro do Abraço, que o desafivelar pode se resolver no fazer, o próprio fazer resolve.

Fazer é também pensar, só que enquanto se faz. Outro pensamento que me invade, é acerca do treinamento para estar na rua. Estar na rua é o próprio treinamento para estar na rua, não o único, mas o principal. É só a partir do "estar na rua" que consigo acessar formas de desafivelar o corpo e abrir mão das tensões sem ter a necessidade de "parar de fazer"

Me dou conta como as vezes pensar sobre fazer paralisa, e da mesma forma fazer e não pensar o fazer, a experiência paralisa da mesma forma. E como é mais eficiente,deixar que as soluções sejam dadas pelo próprio movimento enquanto acontece, e não paralisa o moientno paraque as idéias

Treinamento para estar numa interferência urbana, é o próprio estar na rua, como pensar o treinamento para estar em cena? Sendo a cena=rua.



Abraço
Dani Boff

2 comentários:

Tatiana Nunes da Rosa disse...

bah, que texto lega! Amei.

Helô Gravina disse...

isso! o treinamento para estar em cena é a própria cena! adoro quando a gente redescobre o óbvio que já sabia e fica feliz com isso!!!
porque descobre de um outro lugar, e no momento exato em que isso é mais necessário.
de repente me resolveu uma ansiedade enorme sobre aquilo que falávamos na terça: como convidar as pessoas para estarem no Abraço com a gente?
confiar que simplesmente só vamos descobrir fazendo. só dá pra fazer fazendo.
e no fim, penso também que tudo é um mesmo treinamento: para estar em relação, viva, presente, o tempo inteiro.
eeeeeeeeeeeeeeeee.
ABRAÇO.